terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Postalis é uma coisa, política é outra! No fundo, é isto o que defendemos...

Tivemos em 2014 uma das eleições mais acirradas da história do país. O Brasil se dividiu em duas grandes correntes e boa parte dos cidadãos e cidadãs, assim como das entidades que formam o que denominamos de sociedade civil organizada, se viu na necessidade de assumir uma posição, manifesta-la e defende-la.

Ainda que os ânimos tenham se exaltado um pouco além da conta e o calor da peleja tenha feito aflorar sentimentos preconceituosos e maniqueístas de toda a espécie, sob a ótica da democracia,  muito mais do que uma sociedade dividida, o retrato das urnas nos mostrou uma sociedade equilibrada, no que tange às suas forças políticas, o que é absolutamente saudável para a consolidação e aprimoramento do ambiente democrático.

O fato de ainda estarmos respirando os ares da última corrida presidencial,  de certa forma, facilita a tarefa daqueles para quem é conveniente pautar o debate em torno do Postalis pelo mesmo viés ideológico que recentemente dividiu o país. Todavia, discernimento é bom e nós gostamos. E nem é preciso muito para compreender que uma coisa é uma coisa... e outra coisa é outra completamente diferente.

Temos sim nos posicionado contra a ingerência política no Postalis.

Mas não somos contra a ingerência política exercida apenas pelo atual governo. Na verdade, somos terminantemente contra toda e qualquer ingerência política no nosso fundo de pensão, seja ela do PT, do PSDB, do PSB, do PMDB, do DEM ou do diabo a quatro, com o perdão da expressão.

É bem provável que aqueles que, hoje, são porta-vozes de interesses políticos no seio da ECT e do Postalis tentem nos colocar em igual condição, como se apenas quiséssemos substituir uma ingerência política por outra, o que não é verdade.

Entendemos que o respeito aos legítimos interesses dos participantes do Postalis passa longe do debate político... e quanto mais longe melhor. Não enxergamos vantagem em qualquer cor partidária, no que tange ao bom desempenho de um gestor no exercício de suas funções em um fundo de pensão. Ao contrário, diante de tantos descalabros causados pela ingerência política no Postalis, seria absolutamente defensável restringir a ocupação de cargos no instituto a quem não seja filiado a qualquer partido político. No fundo, é isto o que defendemos.

Sob o jugo do interesse político-partidário, o Postalis chegou à situação calamitosa em que se encontra, não havendo razão para que o corpo de participantes se enfraqueça em face de  divergências dogmáticas, quando a defesa de nossos legítimos interesses, neste momento, exige que nos unamos contra toda e qualquer contaminação ideológica na gestão do nosso fundo.

O que precisamos é que os cargos de direção do Postalis, em primeiro lugar, sejam ocupadas por pessoas honestas. E honesto é quem se satisfaz com os frutos do seu próprio trabalho; quem não deseja nada que não seja legitimamente seu; quem, quando tem bens alheios sob sua responsabilidade, zela pela integridade dos mesmos, e se, por ventura, não se vê em condições pessoais de agir assim, dá o lugar a quem possa desempenhar a função de acordo com o que se espera dela.

Preenchido o requisito da honestidade, precisamos, também, de pessoas que tenham consciência da função que vão desempenhar e de sua importância no presente e no futuro de toda uma coletividade. Ainda que se defenda, por exemplo, que os insucessos das aplicações do Postalis foram obra do azar, e não da desonestidade, a dimensão dos prejuízos denotam um absoluto desprezo pelas finalidades do instituto. Ninguém, em sã consciência, sujeita um montante de bilhões de reais (que foram religiosamente descontados dos salários dos empregados para lhes prover uma aposentadoria digna) aos sabores da sorte e do azar.

Vencidas as peneiras da honestidade e da consciência, necessitamos, por fim, de profissionais tecnicamente competentes para gerir o patrimônio do fundo. Que conheçam as boas práticas do mercado e saibam implementá-las. Que tenham sensibilidade e sejam bem informados em relação ao mercado de capitais, mas que, em face das finalidades do Postalis, sejam prudentes e conservadores no manejo dos seus recursos.

Como vimos, não há nada a indicar que uma pessoa com esta ou aquela ideologia política possa trazer algum benefício aos interesses dos participantes. É por isso que nosso primeiro grande compromisso será a luta intransigente contra qualquer interferência política na gestão do Postalis. O Postalis é nosso. Seu patrimônio é integralmente formado pelo esforço e dedicação dos seus participantes. Metade é descontada diretamente dos seus salários. E a outra metade, ainda que sob a rubrica de contribuição da patrocinadora, nada mais é, também, do que fruto do trabalho e dedicação desses mesmos participantes.

Precisamos, portanto, de profissionais que tenham honestidade, firmeza, consciência, respeito e conhecimento técnico no desempenho de suas funções... e que nunca digam amém a qualquer outro interesse que não sejam os nossos.

ANGELO DONGA
CANDIDATO AO CONSELHO FISCAL DO POSTALIS

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